sábado, 10 de julho de 2010

B-P e a Modalidade do Mar

Talvez não haja maiores heróis e mais verdadeiros Escoteiros que os marinheiros dos barcos de salvamento que existem nas costas de todos os oceanos do mundo. Durante tempestades perigosas devem estar alerta e BEM PREPARADOS para sair a qualquer minuto e arriscar suas vidas a fim desalvar a de outros. Porque o fazem freqüentemente e sem alarde sua atividade parece para nós quase rotineira; mas nem por isso deixa de ser algo esplêndido e digno de nossa admiração.
Fico satisfeito ao ver tantos escoteiros se dedicarem ao Escotismo do Mar; aprendendo a manobrar uma embarcação e a marinharia estão também se preparando para tomar seu lugar no serviço da Pátria, como marinheiros na marinha de guerra ou na mercante, ou como tripulantes das embarcações salva-vidas das costas.
Um navio pode ser um paraíso ou um inferno, dependendo somente dos homens que nele estejam. Se são grosseiros, se vivem se queixando e se são relaxados, serão uma infeliz tripulação. Se estiverem, como os Escoteiros, alegremente resolvidos a tirar o melhor de cada situação, tanto a dar quanto a receber, e a manter tudo arrumado e limpo, serão como uma família feliz e poderão gozar plenamente a vida no mar. (...)

Cisne Branco - Marinha do Brasil


Uma das minhas experiências mais divertidas como Escoteiro do Mar foi um cruzeiro fluvial que fiz com dois dos meus irmãos. Levávamos um bote de lona, desmontável e dobrável, pelo Tamisa acima, tanto quanto foi possível mantê-lo flutuando. Chegamos até os Chiltern, onde nenhum outro barco fora visto jamais chegar. Levávamos conosco o material necessário para cozinhar, acampar e dormir, e acampávamos todas as noites.
Quando chegamos às nascentes do rio, carregamos o bote para além do divisor de águas e lançamo-lo novamente na correnteza que descia na direção oeste e de dentro de algumas milhas se transformava no Avon.
Através de Bath e de Bristol prosseguimos a nossa jornada, remando, velejando, empurrando o barco a vara, ou a sirga, conforme exigiam as circunstâncias, até que alcançamos as águas caudalosas do Severn.
Neste trecho viajamos com a bolina arriada até que chegamos sem incidentes a Chepstow, na outra margem do rio. Daí abrimos caminho subindo os rápidos e corredeiras do rio Wye, através de suas belas paisagens, até nossa casa perto de Llandogo.
De Londres ao Pais de Gales, quase todo o por água, com muitas aventuras e divertimentos à contade!
Mas não fizemos nada mais do que qualquer um de vocês poderia fazer, se quisesse tentar.
Assim, avante Escoteiros - tornem-se eficientes, porque se vocês souberem gozar o seu Escotismo do Mar tanto quanto eu gozei o meu, irão passar uma maravilhosa temporada.


ESCOTISMO PARA RAPAZES, por Baden-Powell

Conversa de Fogo de Conselho nº6

Escotismo do Ar e do Mar

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